Era domingo, conhecido por “O Dia”… aquele em que eu iria avançar de vez com a Daniela. Era agora ou nunca, a fase final do plano estava prestes a começar.
Quando avisei de manhã os meus pais que ia sair à tarde, arranjaram logo confusão.
- Com quem vais sair? – perguntou a minha mãe.
- Amigos… estamos a pensar ir ao cinema. – respondi.
- Tu cá para mim vais é comer uma ‘gaja’! – berrou o meu pai enquanto soltava uma gargalhada.
<Mas que grande bêbado… nunca vi médico mais porco.> pensei enquanto olhava para o meu pai.
- Sim pai… vou ‘comer’ muito vou…
- ‘Elá’ ‘ganda’ homem! – disse o meu pai a rir que nem um maluco.
- Ó maluco cala-te… tu ‘pa’ médico és meio porco. – respondi.
- Eu aqui a apoiar-te e tu a seres estúpido.
- Vocês os dois calem-se, nem sei qual dos dois o mais porco… - disse a minha mãe com ar de chateada.
Fartei-me de estar a responder ao meu pai e fui preparar a mesa. Durante o almoço esperava sempre que o telemóvel tocasse com notícias da Daniela.
Era aproximadamente três da tarde, já estava pronto para ir ter com a Daniela, e claro… levei um preservativo no bolso.
<Segurança acima de tudo.> pensei a rir-me.
Tinha chegado a casa da Daniela, toquei à campainha esperando que ela abrisse.
Ela quando abriu a primeira coisa que disse foi:
- O meu pai vai sair agora.
<O pai?> pensei enquanto via um homem de cabelo rapado, barba por fazer, calças de militar, t-shirt verde escura, musculado que nem um animal a passar por mim.
<Mas que bicho!> pensei enquanto olhava com ar de surpresa para ele.
Ele olhou-me de lado enquanto me fazia uma continência.
<Ai que zé… quando 'tiver' na cama com a tua filha já não me fazes a continência.> pensei enquanto lhe fazia uma continência dizendo adeus com um tom esganiçado.
A Daniela riu-se do meu adeus acabando por me agarrar pela mão puxando-me para dentro de casa.
- Peço desculpa pelo meu pai, ele é ex-militar, desistiu para puder tomar conta de mim quando a minha mãe sofreu um acidente de carro. – disse-me ela. – Quando ela melhorou ele decidiu continuar connosco mas no fundo tem saudades do exército.
- Onde está a tua mãe? – perguntei.
- Está com a minha tia no norte.
<Mas que estúpido em vez de a beijar ‘tou’ a perguntar pela mãe…>
- Já agora queria falar contigo sobre sexta-feira… - disse ela meio preocupada.
- Que tem? – perguntei.
- O que se passou entre nós foi errado, eu fiquei envolvida pelo filme e não me lembrei que eras gay, e devido a tudo o que se passou agi sem pensar. – respondeu ela sempre com ar de preocupada.
- Não faz mal mas olha…
- Já dizes, preciso que me ajudes a pentear. – interrompeu-me ela a rir.
<Deves é ‘tar’ a brincar com a minha cara…> pensei enquanto me dirigia com ela para o quarto.
Ela devia achar que eu era cabeleireiro… e durante o tempo em que a penteava ela ia-me falando da vida dela. Fui fingido que ouvia até ela falar na sua vida amorosa.
- Ontem fui passear com o Paulo, ele foi um querido diverti-me bastante com ele, se calhar até sou capaz de querer mais. – disse ela meio envergonhada.
<O ‘caralho’ é que queres mais.> pensei furioso.
Parei de a pentear, ela levantou-se e foi ter comigo a perguntar se estava tudo bem.
- Não está nada bem. – respondi.
- Mas o que se passa? – perguntou ela receada.
Aproximei-me dela e beijei-a, esperando uma reacção positiva. Ela afastou-me um bocado toda corada a perguntar o que tinha acabado de acontecer.
- Não sou gay, foi apenas uma mentira que arranjei para puder estar contigo. – disse-lhe ficando um bocado nervoso.
Ela nem me chegou a responder começou a ficar vermelha como um tomate, acabando por me agarrar e beijar.
Senti uma elevação por dentro das calças, como se um animal estivesse a acordar.
<Finalmente! Pedro o garanhão está de volta à acção!> pensei todo contente enquanto pegava na Daniela e deitava-a na cama.
Retirámos a camisola, beijando-nos de seguida. Senti-a cada parte do seu corpo, apalpando-a com fé.
Era a melhor sensação que já tinha sentido, claro que melhorou ainda mais quando a acção ficou mais íntima. O único problema é que não iria durar para sempre, mas foi brutal enquanto durou.
<Agora é que tu não te lembras mais do Paulo.> pensei durante o sexo.
Porra aquilo parecia o Paraíso, foi pena ter mesmo de terminar.
No final ela ficou a descansar enroscada em mim, aquecendo-se com o meu calor.
Ao fim de uns longos minutos abraçados a recuperar forças, ela estragou o momento dizendo apenas.
- É pena que amanhã temos escola.
Só me lembrei dum nome.
<Diogo.>
Segunda iria ser possivelmente o meu último dia, iria passar o resto da vida a ter suporte de máquinas e tubos para sobreviver.
Tinha de me preparar como deve de ser para a guerra que se preparava para arrebentar…
