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Cachorros

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O cуo (Canis lupus familiaris[1]), no Brasil tambщm chamado de cachorro, щ um mamэfero canэdeo e talvez o mais antigo animal domesticado pelo ser humano. Teorias postulam que surgiu do lobo cinzento no continente asiсtico hс mais de 100 000 anos. Ao longo dos sщculos, atravщs da domesticaчуo, o ser humano realizou uma seleчуo artificial dos cуes por suas aptidѕes, caracterэsticas fэsicas ou tipos de comportamentos. O resultado foi uma grande diversidade de raчas caninas, as quais variam em pelagem e tamanho dentro de suas prѓprias raчas, atualmente classificadas em diferentes grupos ou categorias. As designaчѕes vira-lata (no Brasil) ou rafeiro (em Portugal) sуo dadas aos cуes sem raчa definida ou mestiчos descendentes.
Com expectativa de vida que varia entre dez e vinte anos, o cуo щ um animal social que, na maioria das vezes, aceita o seu dono como o "chefe da matilha" e possui vсrias caracterэsticas que o tornam de grande utilidade para o homem. Possui excelente olfato e audiчуo, щ bom caчador e corredor vigoroso, relativamente dѓcil e leal, inteligente e com boa capacidade de aprendizagem. Deste modo, o cуo pode ser adestrado para executar um grande nњmero de tarefas њteis, como um cуo de caчa, de guarda ou pastor de rebanhos, por exemplo. Assim como o ser humano, tambщm щ vэtima de doenчas como o resfriado, a depressуo e o mal de Alzheimer, bem como das caracterэsticas do envelhecimento, como problemas de visуo e audiчуo, artrite e mudanчas de humor.
A afeiчуo e a companhia deste animal sуo alguns dos motivos da famosa frase: "O cуo щ o melhor amigo do homem", jс que nуo hс registro de amizade tуo forte e duradoura entre espщcies distintas quanto a de humano e cуo. Esta relaчуo figura em filmes, livros e revistas, que citam, inclusive, diferentes relatos reais de diferentes щpocas e em vсrias naчѕes. Entre os cуes mais famosos que viveram e marcaram sociedades estуo Balto, Laika e Hachiko. Na mitologia, o Cщrbero щ dito um dos mais assustadores seres. No cinema, Lassie щ um dos mais difundidos nomes e, na animaчуo, Pluto, Snoopy e Scooby-Doo hс dщcadas fazem parte da infтncia de vсrias geraчѕes.

As origens do cуo domщstico baseiam-se em suposiчѕes, por se tratar de ocorrъncias de milhares de anos, cujos crescentes estudos mudam em ambiente e dataчуo dos fѓsseis. Uma das teorias aponta para um inэcio anterior ao processo de domesticaчуo, apresentando a separaчуo de lobo e cуo hс cerca de 135 000 anos, sob a luz dos encontrados restos de canэdeos com uma morfologia prѓxima р do cinzento, misturados com ossadas humanas.[3] Outras, cujas cronologias sуo mais recentes, sugerem que a domesticaчуo em si comeчou hс cerca de 30 000 anos, os primeiros trabalhos caninos e o inэcio de uma acentuada evoluчуo entre 15 000 e 12 000, e por volta de 20% das raчas encontradas atualmente, entre 10 000 e 8000 anos no Oriente Mщdio.[4][5] Alщm das imprecisѕes do perэodo, hс tambщm discordтncias sobre a origem. Enquanto especula-se que os cуes sejam descendentes de uma outra variaчуo canэdea, as mais aceitсveis sуo a descendъncia direta do lobo cinzento ou dos cruzamentos entre lobos e chacais.[6]

As evidъncias baseiam-se tambщm em achados arqueolѓgicos, jс que foram encontrados cуes enterrados com humanos em posiчѕes que sugerem afetividade.[7] Segundo estes trabalhos de pesquisa, o surgimento das variaчѕes teria ocorrido por seleчуo artificial de filhotes de lobos-cinzentos e chacais que viviam em volta dos acampamentos prщ-histѓricos, alimentando-se de restos de comida ou carcaчas deixadas como resэduos pelos caчadores-coletores. Os seres humanos perceberam a existъncia de certos lobos que se aproximavam mais do que outros e reconheceram certa utilidade nisso, pois eles alertavam para a presenчa de animais selvagens, como outros lobos ou grandes felinos. Mais sedentсrios devido ao desenvolvimento da agricultura, os seres humanos entуo deram um novo passo na relaчуo com os caninos. Eventualmente, alguns filhotes foram capturados e levados para os acampamentos na tentativa de serem utilizados. Com o passar dos anos, os animais que, ao atingirem a fase adulta, mostravam-se ferozes, nуo aceitando a presenчa humana, eram descartados ou impedidos de se acasalar. Deste modo, ao longo do tempo, houve uma seleчуo de animais dѓceis, tolerantes e obedientes aos seres humanos, aos quais era permitido o acasalamento e que, quando adultos, eram de grande utilidade, auxiliando na caчa e na guarda. Esse gradual processo, baseado em tentativas e erros, levou eventualmente р criaчуo dos cуes domщsticos.

Foi ainda durante a Prщ-Histѓria que surgiram os primeiros trabalhos caninos e, com isso, comeчaram a fortalecer os laчos com o ser humano. Cуes de caчa e de guarda ajudavam as tribos em troca de alimento e abrigo. Com o tempo, aperfeiчoaram o rastreio e dividiram o abate das presas com os humanos.[4] Por possuэrem alta capacidade de adaptaчуo, espalharam-se ao redor do mundo, levados durante as migraчѕes humanas e aparecendo em antigas culturas romanas, egэpcias, assэrias, gaulesas e prщ-colombianas, tendo entуo sua histѓria contada ao lado da do homem.[10]
No Egito Antigo, os cуes eram reverenciados como conhecedores dos segredos do outro mundo, bem como utilizados na caчa e adorados na forma do deus Anњbis. Esta relaчуo com os mortos teria vindo do hсbito de se alimentarem dos cadсveres, assim como os chacais. No continente europeu, mais precisamente na Grщcia Antiga, cуes eram relacionados aos deuses da cura, com templos que abrigavam dezenas deles para que os doentes pudessem ser levados atщ lс e terem suas feridas lambidas. Neste perэodo, tambщm combateram junto aos exщrcitos de Alexandre, o Grande, espalhando-se pela Сsia e Europa. Na Gсlia, alщm de guardiѕes e caчadores, detinham a honra de serem sacrificados aos deuses e enterrados nos tњmulos de seus donos. Durante o perэodo do Impщrio Romano, os cуes, sempre fortes e de grande porte, foram utilizados para a diversуo do pњblico em grandes brigas no Coliseu de Roma.[4] Trazidos da Bretanha e da parte ocidental da Europa, eram mantidos presos e sem alimentos, para que pudessem ficar agressivos durante os espetсculos, nos quais deviam matar prisioneiros, escravos e cristуos. Sua fama ficou tуo grande que as raчas da щpoca quase foram extintas, devido ao exagerado uso em guerras e apresentaчѕes.

Durante o Renascimento, a visуo negativa sobre os cуes foi desaparecendo, jс que caэram no gosto dos nobres. Durante este perэodo, os caninos eram utilizados para a caчa esportiva e criados com cuidado dentro dos canis de cada castelo. Com as famэlias livres para desenvolverem suas prѓprias raчas, as variedades de cada regiуo comeчaram a surgir. Estas novas raчas eram consideradas tesouros nуo encontrados em nenhum outro lugar do mundo, e por isso, dadas de presente entre a nobreza, por representarem grande sinal de riqueza. Esta atitude ajudou a difundir ainda mais a variedade e a preservar determinadas raчas, quando em seu lugar de origem acabavam exterminadas. Adiante, tambщm na Europa, nasceram os cуes de companhia, jс que o apreчo por eles crescia, conforme se via a fidelidade. Guilherme de Orange dos Paэses Baixos chegou a declarar que seu cуo o salvou de um atentado. Ao mesmo tempo que a diversidade crescia no continente, tribos siberianas usavam seus cуes para praticamente tudo, jс que eram bastante fortes e њteis para locomoчуo e outras atividades. Estes caninos, importados da Sibщria, ajudaram o ser humano na conquista dos polos pelos primeiros homens a pisar no Polo Sul e Polo Norte, puxando seus trenѓs.[11]
No perэodo das grandes navegaчѕes, os homens migraram ao Novo Mundo com seus caninos. Apesar de nуo serem desconhecidos dos povos prщ-colombianos, a variedade o era. Tambщm durante a conquista, a presenчa deste animal teve sua utilidade: nas guerras contra os nativos, farejadores eram utilizados para encontrar e matar os эndios. A respeito disso, hс a lenda de que, na atual Repњblica Dominicana, milhares de indэgenas foram exterminados por uma tropa de 150 soldados de infantaria, trinta cavaleiros e vinte cуes rastreadores.[9] Durante o sщculo XIX, apesar de polъmicos, os treinamentos dos caninos para lutas e guerras, ganhou popularidade como na щpoca de Alexandre. Nessa fase, algumas raчas foram compostas por animais menores, mais brutos e de musculatura mais forte, como o bull terrier.[4]<re name=CNHA />
No sщculo seguinte, eventos tornaram a marcar a evoluчуo canina. As guerras mundiais extinguiram as raчas das regiѕes mais afetadas e ajudaram a popularizar as variedades militares, como o pastor alemуo e o dobermann, enquanto rastreadores. No Japуo, em plena guerra, o imperador decretou que todos os cуes que nуo pastores alemуes fossem mortos para a confecчуo de uniformes militares com seu couro. Devido a isso, muitos criadores de akitas cruzaram seus animais com pastores alemуes, para tentar fugir ao decreto. Os resultantes destes cruzamentos, levados aos Estados Unidos pelos soldados, foram os primeiros na criaчуo de mais uma nova raчa. Foi tambщm apѓs as guerras mundiais que surgiram os primeiros centros de treinamento de cуes-guia de cego.[11][10]
Modernamente, apesar de fazer parte da histѓria humana desde a imagem divina aos soldados das guerras, o cуo tornou-se um animal de estimaчуo apenas no sщculo XX, jс adaptado aos modos de vida dos seres humanos, devido a sua habilidade de fazer de diversos ambientes os melhores possэveis, e ao voltar suas capacidades de aprendizado р domesticaчуo. Diz-se que esta mњtua relaчуo entre os dois mais numerosos carnэvoros do mundo deve-se р compreensуo e р evoluчуo cerebral canina em entender o que querem as pessoas.[14]
[editar]A relaчуo entre o cуo e o lobo



Cуes e lobos sуo tуo parecidos fisica e comportamentalmente, que sуo capazes de gerarem crias hэbridas, como o chamado cуo-lobo.
Levando-se em consideraчуo os estudos que apontam o lobo como antecessor do cуo, щ possэvel traчar semelhanчas e diferenчas entre estas duas espщcies. Os mais antigos esqueletos de cуes descobertos datam de cerca de 30 000 anos depois do aparecimento do Homo sapiens, sempre exumados em associaчуo com o resto das ossadas humanas. Aos pesquisadores, pareceu lѓgico associс-los aos canэdeos prщ-existentes, como o lobo, o chacal e o coiote. No entanto, em descobertas feitas na China, nas quais encontravam-se vestэgios dos cуes, o coiote e o chacal nуo foram identificados na regiуo. Ainda no Oriente, notou-se as primeiras associaчѕes do homem com uma variedade de lobo com tamanho reduzido, de cerca de 150 000 anos. Nessa teoria, a ausъncia das duas espщcies e o fato de Canis lupus e Canis (lupus) variabilis(a) terem coexistido e possivelmente reproduzido, pode confirmar a explicaчуo do lobo como ancestral do cуo, e por sob questionamentos a teoria mais difundida, do acasalamento entre o cinzento, o chacal e atщ mesmo, o coiote.[15] Essa hipѓtese, segundo estudos mais recentes, aliou-se a novas descobertas: o aparecimento de algumas raчas de cуes nѓrdicos diretamente originados do lobo; o resultado de trabalhos genщticos comparando o DNA destas espщcies, que mostraram uma semelhanчa superior a 99,8% entre o cуo e o lobo, enquanto nуo ultrapassa 96% entre o cуo e o coiote;[16] e a existъncia de mais de 45 subespщcies de lobos, que poderiam estar na origem da diversidade racial observada nos cуes.[17]
As semelhanчas entre cуes e lobos dificultam os trabalhos dos arqueѓlogos para fazer distinчуo exata entre os vestэgios de cada espщcie, quando apresentam-se incompletos ou quando o contexto arqueolѓgico torna a coabitaчуo pouco provсvel. De certo, o cуo primitivo sѓ se diferencia do seu ancestral por alguns detalhes pouco fiсveis, como o comprimento do focinho, a angulaчуo do stop ou particularidades na arcada dentсria.[18]
O lobo-cinzento, que supѕe-se ser a њnica espщcie de lobo tendo o cуo como uma de suas subespщcies,[19] щ um canэdeo selvagem que vive em alcateias. Fisicamente, pode atingir 2 m de comprimento e pesar mais de 60 kg. Suas cerca de quinze subespщcies habitam florestas ou planэcies da Europa, Сsia, Estados Unidos, Canadс e o norte da Сfrica, mas, em alguns lugares, como o Japуo, estуo р beira da extinчуo. Jс o cуo щ o њnico canэdeo domesticado pelo homem, em um processo milenar. Seu tamanho varia entre 1 - 45 kg(b), e vive tanto isolado quanto em matilhas. Sua diversidade de raчas щ, em boa parte, devida р seleчуo artificial feita pelo homem na busca de qualidades aproveitсveis e de submissуo. Щ ainda um animal sem riscos de extinчуo, apesar de algumas raчas nуo mais existirem. Em comum, alщm das caracterэsticas fэsicas, estes dois possuem as comportamentais e de povoamento. Suas caudas compridas sуo usadas para comunicaчуo quando precisam mostrar obediъncia diante do dominante, por exemplo. Vigorosos, nуo sуo tуo velozes quanto os felinos, mas capturam suas presas pelo cansaчo da persistъncia. Pelo globo, dispersaram-se hс milhares de anos, espalhando-se pela Сsia, Europa e Сfrica. Р Oceania e рs Amщricas, chegaram levados pelo homem.[20]


Apesar do processo de domesticaчуo, o cуo nуo perdeu boa parte das semelhanчas com seu ancestral e com a famэlia dos canэdeos.
O modo como se alimentam tambщm щ semelhante. O lobo obtщm a maior parte de sua comida caчando em grupo e atacando presas de grande porte. A competiчуo entre seus membros leva ainda a um rсpido consumo do alimento. Apѓs matar a presa, come atщ se satisfazer, passando um longo perэodo sem se alimentar. Como os antepassados, os cуes domщsticos comem rapidamente e poucas vezes ao dia. Essa tendъncia em comer muito rсpido pode virar um problema, pois os cуes podem se engasgar ou engolir grandes quantidades de ar. Os caninos alimentados em grupo podem apresentar as relaчѕes de dominaчуo dos lobos e, como resultado, os dominantes obtъm a maior parte do alimento e os subordinados ficam com menos do que precisam. Como diferenчa, ao passo que o lobo alimenta-se do que captura, o cуo domщstico usufrui de raчѕes fabricadas especificamente para suas necessidades fэsicas.[21] Comunicativamente, alщm das comuns caracterэsticas bсsicas de uso de gestos e odores, estas duas espщcies apresentam uma diferenчa marcante: enquanto os lobos amadurecem suas formas de comunicaчуo conforme atingem a idade adulta, certas raчas caninas resultantes de seleчуo artificial mantъm a forma que aprenderam enquanto filhotes. Em pesquisa realizada entre quinze raчas caninas e o lupino, o descendente direto husky siberiano foi o њnico a confirmar igualdade nos meios de comunicaчуo, marcando quinze pontos em quinze avaliaчѕes. Na outra ponta, o cavalier king charles spainel mostrou dois, o que ainda assim щ capaz de demonstrar semelhanчa, jс que outras raчas superaram os 50% de equiparidade entre seus meios de comunicaчуo mesmo com a interferъncia humana direta, que sempre busca as caracterэsticas que melhor lhe favoreчam, em detrimento dos instintos animais.[22] Em suma, apesar de nуo ser possэvel definir como њnica, a descendъncia direta do lobo pode ser confirmada devido as caracterэsticas muito semelhantes tanto fэsicas quanto comportamentais, ainda que a interferъncia humana tenha sido extrema.
[editar]Seleчуo artificial

Ver artigo principal: Seleчуo artificial


Atravщs da seleчуo artificial, alguns basset hounds desenvolveram orelhas tуo grandes que podem tropeчar nelas.[23]
Na seleчуo natural, processo proposto por Darwin, apenas os mais aptos se reproduzem e se multiplicam, eliminando assim, geraчуo apѓs geraчуo, os genes problemсticos. Щ devido a esta razуo que os animais selvagens sуo visivelmente saudсveis psicolѓgica e fisicamente. Na seleчуo artificial, especificamente dos cуes, o critщrio щ acasalar os caninos a partir das formas fэsicas, chamadas morfolѓgicas, orgтnicas, chamadas fisiolѓgicas, e mentais, conhecidas como psэquicas. Como exemplo dessas seleчѕes estс a criaчуo das raчas pequenas, resultados dos acasalamentos dos espщcimes menores, independente de suas capacidades de sobrevivъncia. Conduzida pelo ser humano, a seleчуo artificial щ direcional: a partir de indivэduos selecionados por suas caracterэsticas, tem-se as novas ninhadas, que serуo novamente selecionadas, de acordo com as peculiaridades desejadas. Desta forma, os genes responsсveis pelas caracterэsticas escolhidas aumentam de frequъncia e tendem a entrar em homozigose. Ao mesmo tempo, pode-se evitar a reproduчуo de indivэduos que nуo possuam as qualidades almejadas.[23][24]
Todavia, nуo se obtщm apenas benefэcios destes cruzamentos seletivos. Juntamente com os genes das caracterэsticas visэveis, sуo repassados aqueles que, apesar de presentes, nуo se manifestaram no indivэduo, mas que, provavelmente, afetarуo seus descendentes. Alguns acarretam propensуo para males como displasia coxofemoral, surdez, miopia, diversas doenчas de pele e problemas psicolѓgicos. Disfarчadamente, hс ainda um outro problema que acomete os caninos. No intuito de criar diferentes raчas, o homem desenvolveu caracterэsticas extremas, que atrapalham o bem-estar do animal: os buldogues tъm os focinhos tуo achatados que nуo conseguem respirar normalmente; shar peis tъm tanta pele extra que desenvolvem micoses e infecчѕes nas dobras; e os border collies tornaram-se hiperativos, entre outros exemplos.[24]
Em suma, apesar do sucesso na criaчуo de variadas raчas com determinadas caracterэsticas fэsicas e mentais, como o aperfeiчoamento de cуes para pastoreio, hс os problemas derivados dessas seleчѕes, que dificultam as vidas dos espщcimes e lhes causam graves problemas hereditсrios de saњde. Para evitar estes males, щ preciso nуo reproduzir cуes com problemas psicolѓgicos ou fэsicos mesmo que sejam campeѕes de beleza ou excelentes em alguma atividade њtil ao ser humano. Apesar da possibilidade, nуo hс registro de raчa canina criada em laboratѓrio.[23]
[editar]Etimologia e significado



Cуes e gatos, ao menos no nome, tiveram uma origem comum para as lэnguas neolatinas.
Etimologicamente, o latim cattus designava tanto significado para cуo quanto para gato. Ao longo do tempo, a palavra sofreu modificaчуo para catulus, depois canus. Catellus, que se referia a cachorrinho, e catula, р cachorra, tambщm derivaram dessa forma. Apenas cachorrinha teve um caminho etimolѓgico distinto, pois veio de canэcula, que significava a estrela conhecida como Sэrio. Por problemas no significado, que era confundido com o da catapulta, os romanos dobraram a letra t do original catus, que foi modificando-se ao longo dos anos, passando a duas palavras para dois significados distintos e seus derivados.[25] Segundo a histѓria semтntica das palavras do portuguъs, foi constatado que, assim como as palavras mudam em sua forma e sua sintaxe atravщs dos anos, seu significado, por vezes, vai se modificando tambщm, em decorrъncia de uma sщrie de fatores sociais e culturais. Diante disso, o vocсbulo cachorro, proveniente do basco, indicava qualquer tipo de filhote, e, por um processo de restriчуo de significado linguэstico, passou a indicar filhote de cуo e o prѓprio cуo. Essa explicaчуo justifica o sinєnimo entre as duas palavras e a adoчуo comum das pessoas, apesar dos significados constantes nos dicionсrios da lэngua portuguesa.[26]
Segundo o Dicionсrio Aurщlio de Lэngua Portuguesa, na variante brasileira, cуo significa mamэfero canэdeo, domesticado pelo homem desde tempos remotos, que atende pelo plural de cуes e tem como forma feminina, cadela. Cachorro, por sua vez, entendido como sinєnimo, tem cachorra como feminino e cachorros como forma plural, designa sim um cуo novo, uma cria de lobo ou ainda qualquer cуo. Em sentido pejorativo, o cachorro щ sinєnimo de canalha e aparece ainda em formas cristalizadas da gэria e de expressѕes populares, como "matar cachorro a grito" e "quem nуo tem cуo, caчa com gato".[27][28] Segundo o dicionсrio online Priberam, na variante europeia, cуo possui um significado denotativo mais amplo, alщm dos conhecidos na variante sul-americana, com sete significados conotativos e trъs denotativos.[29] O mesmo se aplica a cachorro, que possui uma maior variaчуo de significados em Portugal.[30]
[editar]Taxonomia e nomenclatura



O cуo, enquanto espщcie distinta do lobo, foi descrito pela primeira vez como Canis familiaris em 1758. Na imagem, um grupo de cinzentos.
O cуo foi descrito por Lineu em 1758 como Canis familiaris, e considerado como uma espщcie distinta do lobo, descrito tambщm por Lineu no mesmo ano como Canis lupus.[31] Outros nomes foram descritos por Lineu, Johann Friedrich Gmelin e Charles Hamilton Smith para a mesma espщcie, sendo considerados sinєnimos.(c)
A ancestralidade canina vem sendo discutida e estudada desde hс muitos anos. Teorias antigas sugerem uma origem proveniente do chacal-dourado[32] ou entуo uma origem hэbrida entre vсrias espщcies.[33][34] Um levantamento das sequъncias da regiуo de controle do DNA mitocondrial em 140 cуes e 162 lobos demonstrou que o lobo щ o њnico ancestral dos cуes.[35] Esta conclusуo foi confirmada em outro estudo envolvendo 654 cуes e 38 lobos da Eurсsia.[36] Enquanto hс uma aceitaчуo do lobo como њnico progenitor do cуo, a questуo taxonєmica envolvendo o reconhecimento de uma ou duas espщcies distintas ainda nуo estс resolvida.[37]
Baseado na consistъncia genщtica, Wayne considerou que o cуo, apesar da diversidade em tamanho e proporчуo, nada mais щ do que um lobo.[38] Em contraste, anсlises estatэsticas de crтnios tъm repetidamente demonstrado uma separaчуo total entre lobo e cуo.[39] O conceito ecolѓgico de espщcie proposto por Van Valen foi aplicado por alguns pesquisadores para demonstrar caracterэsticas adaptativas especэficas nos cуes por viverem em um nicho antropogъnico. Esta hipѓtese suporta o reconhecimento do Canis familiaris como uma espщcie distinta do Canis lupus, apesar de uma idade de separaчуo nуo superior a 12 000 a 15 000 anos atrсs.[40]
Apesar de certos pesquisadores continuarem a reconhecer duas espщcies distintas, [41][40] existe uma tendъncia recente em seguir a classificaчуo proposta por Wozencraft (1993[42];2005[43]) que inclui o C. familiaris como uma subespщcie de C. lupus.[37] Pela lei da prioridade estipulada pelo Cѓdigo Internacional de Nomenclatura Zoolѓgica, o nome C. familiaris, descrito na pсgina 38, tem prioridade sobre C. lupus, descrito na pсgina 39 do Systema Naturae por Linnaeus. Por questѕes de usabilidade e estabilidade, foi requisitado р Comissуo Internacional de Nomenclatura Zoolѓgica a conservaчуo de dezessete nomes especэficos baseados em espщcies selvagens, entre eles o Canis lupus.[44][45]
[editar]Caracterэsticas

Ver artigo principal: Anatomia canina
Quando comparado fisicamente a seu ancestral, o cуo possui mэnimas diferenчas no design genщtico. A estrutura ѓssea, os tipos de mњsculo, nervos e dentiчѕes, por exemplo, sуo idъnticos. Atщ mesmo a pelagem щ similar, jс que ambos, salvo algumas exceчѕes, possuem uma dupla camada de pelos. Como diferenчa acentuada, tem-se o fato dos lobos contarem com cщrebro e glтndulas produtoras de hormєnios mais pesados, jс que vivem em ambientes que requerem respostas rсpidas a eventos extremos.[46][47] Mais especificamente, sua anatomia divide-se em cinco grandes сreas de estudo: a externa, a osteologia, a artrologia, a miologia e dos ѓrgуos internos:[48]
[editar]Anatomia geral e estrutura externa


Esquema da anatomia externa comum a todas as raчas caninas. Legenda: stop (1), cabeчa (2), pescoчo (3), ombros (4), cotovelos (5), munhecas (6), garupa (7), coxas (, jarretes (9), boletos (10), espсduas (11), joelhos (12), patas posteriores (13) e cauda (14).
Animais quadrњpedes e digitэgrados, o que lhes garante maior agilidade, sуo considerados os mais difundidos mamэferos domщsticos e possuem vсrias raчas adestradas para os mais diferentes fins.[48] Sua longevidade atinge os vinte anos e suas caracterэsticas externas, como tamanho e pelagem, sуo tуo variadas que dificultam a descriчуo comum de um cуo. Contudo, entre as principais caracterэsticas externas, iguais em todas as raчas, estуo o stop, a cabeчa, o pescoчo, as espсduas, a garupa, os ombros, a cauda, as coxas, os cotovelos, os joelhos, os jarretes, os boletos, as patas posteriores e as munhecas, como ilustra a imagem.[49] Mais detalhadamente, suas caracterэsticas externas dividem o corpo do animal em trъs сreas: na zona anterior, estуo a cabeчa, o pescoчo, o peitoral e os membros frontais; na zona posterior, encontram-se os membros posteriores e a cauda; e nos aprumos, nota-se a posiчуo dos membros em comparaчуo a uma superfэcie horizontal, que refletem sob os elementos principais da locomoчуo do cуo e suas aptidѕes, isto щ, a postura de seus membros.[50] Outra caracterэstica comum щ a dentiчуo. Em geral, um cуo possui um total de 42 dentes, divididos em 12 incisivos, 4 caninos, 16 prщ-molares e 10 molares.[51] Sua pele, outra caracterэstica comum nestes animais, representa a maior parte de seu sistema imunolѓgico. Ao longo dela, certas сreas mostram-se sob formas diferentes, pois tъm propѓsitos especэficos. As unhas e as patas sуo para a durabilidade, as orelhas para sinalizaчуo social e as glтndulas da derme para demarcaчуo pelo cheiro.[46]
Com base na diversidade, щ possэvel classificar cуes em categorias de acordo com seu peso e sua morfologia. De acordo com o peso, as raчas dividem-se em quatro subcategorias: pequena (< 10 kg), mщdia (11-25 kg), grande (26-45 kg) e gigante (> 45 kg). Na outra ponta, a classificaчуo morfolѓgica apresenta-se um pouco mais complexa, apesar de ter apenas trъs subcategorias: os cуes longilэneos possuem seu comprimento superior a sua largura e espessura, e apresentam-se em formas alongadas e esbeltas; os brevilэneos sуo o aposto, abarcando exemplares robustos e arredondados; jс os mediolэneos sуo o equilэbrio entre as duas classificaчѕes anteriores. Outra marcante caracterэstica, capaz de dintinguir cуes dentro de sua prѓpria raчa, щ a pelagem, que, variando em comprimento e tipo, gera combinaчѕes. Os comprimentos sуo quatro, ao passo que os tipos sуo cinco: sem pelo, raso, curto e semi-longo; duro, heterogъneo, liso, sedoso e lanoso.[48]
[editar]Estrutura interna


Esqueleto canino, composto por 25 partes ѓsseas principais, щ, como em animais de semelhante estrutura, fundamental para locomoчуo e proteчуo, alщm de possuir outras funчѕes primordiais.
A estrutura interna, comum a cуes das mais variadas raчas, щ, assim como em grande parte dos mamэferos, dividida em quatro сreas maiores:[52]
A primeira delas щ o esqueleto, a rэgida estrutura que sustenta o corpo e desempenha as funчѕes de proteчуo, movimento, reserva de elementos quэmicos, como o cсlcio, e a produчуo de glѓbulos vermelhos nestes animais. Nos cуes, que tъm ao longo do corpo um total de 25 divisѕes ѓsseas maiores, observam-se dois fenєmenos durante a fase referente a prщ-puberdade: o aumento da espessura e do comprimento ѓsseos e a calcificaчуo total da cartilagem de conjugaчуo. Este sistema щ ainda sustentado por ligamentos e tendѕes fortes e elсsticos.[46] O crтnio, que tem por funчуo principal a proteчуo do cщrebro, щ composto por treze ossos que se soldam logo apѓs o nascimento e articulam-se diretamente р coluna vertebral, composta por sete vщrtebras cervicais, treze torсcicas, sete lombares, trъs sacrais e um nњmero variсvel de vщrtebras no comprimento da cauda. Jс a caixa torсcica щ formada por dez pares de costelas, ligadas ao esterno.[53] Tambщm partes importantes na movimentaчуo e locomoчуo sуo as articulaчѕes caninas, divididas em dois tipos: as sinoviais, que permitem grande mobilidade e estabilidade, e as nуo-sinoviais, soldas ѓsseas ao nэvel da caixa craniana cuja uniуo se dс atravщs de um tecido fibroso.[54] Recobrindo estas duas estruturas estуo os 34 mњsculos superficiais do cуo, responsсveis por todos os movimentos voluntсrios ou involuntсrios, divididos entre estriados, lisos e cardэacos, e de funчѕes flexoras, extensoras, abdutoras e adutoras. Щ na parte frontal que se encontra a maior concentraчуo muscular dos cуes.[55] Entre as peculiaridades deste sistema estуo o fato de permitirem um giro da cabeчa de 220К e que as patas escavem e arranhem com forчa.[46]


Segundo estudos no campo neurolѓgico, o modelo cerebral do cуo щ igual ao do homem. A diferenчa reside no desenvolvimento das partes.[56]
Internamente, notam-se ainda as topografias, que tъm relaчуo com os funcionamentos e as divisѕes dos ѓrgуos caninos internos. Щ na topografia torсcica que se encontra o aparelho respiratѓrio, composto pelas cavidades nasais, a faringe, quarenta aneis cartilaginosos formadores da traqueia, os brєnquios, os bronquэolos e os alvщolos pulmonares, importantes para a vascularizaчуo dos pulmѕes. No tѓrax do canino tambщm estс o aparelho cardiovascular, cujo coraчуo apresenta quatro cavidades, tem a forma predominante de um globo, estс mais situado a esquerda do tѓrax e possui um tamanho que varia de 120 g р 15 kg, depenendo da raчa. Este aparelho щ composto ainda por outras oito partes. Jс na outra topografia, a abdominal, estс o aparelho digestivo, com 17 partes, que vуo da boca ao тnus. As particularidades deste aparelho apresentam-se no volume considerсvel do estєmago, devido ao regime carnэvoro do animal, e na boca, cuja mastigaчуo щ pouco desenvolvida, o que deixa o trabalho digestivo quase completamente para o estєmago. Tambщm nesta сrea do corpo do canino, estс o aparelho urinсrio, cuja diferenчa dos demais mamэferos reside no fato de um rim ser suspenso na cavidade abdominal, enquanto o outro encontra-se fixado sob a њltima vщrtebra torсcica e as duas primeiras lombares. Outra peculiaridade presente neste sistema щ o fato da uretra ser mais comprida e menos larga nos machos que nas fъmeas. O baчo, tambщm localizado no abdѓmen, щ um ѓrgуo linfсtico que compѕe o sistema de defesa do organismo, jс que, quando o animal ingere mais alimentos do que pode suportar, acompanha o estєmago para trсs, sedendo-lhe mais espaчo e evitando problemas digestivos. Щ ainda no baчo que o sangue novo щ fabricado em conjunto com a medula ѓssea.[46][57]
[editar]Os sentidos
Os cуes pertencem р famэlia dos canэdeos, da qual fazem parte tambщm as raposas e os lobos. Esta famэlia de predadores possui sentidos apurados para a captura de presas e para proteчуo da matilha. Apesar da domesticaчуo e do cruzamento seletivo, o que tornaram o cуo menos dependente de seus sentidos, estes ainda sуo considerados habilidades sensoriais incrэveis. Assim como em humanos e outros mamэferos, seus sentidos dividem-se em cinco:[58][59][46][60][6]


O nariz super sensэvel de um cachorro possui 32 vezes mais nervos olfativos que o de um ser humano.
Olfato: considerado o principal sentido canino, superior ao de todos os outros animais. Tal caracterэstica marcante advщm das ramificaчѕes dos nervos olfativos na cavidade nasal, que ocupam 160 cmВ, enquanto no homem a сrea chega a 5 cmВ. Em outra comparaчуo, as cщlulas olfativas do ser humano chegam a cinco milhѕes, enquanto em um cуo atingem 220 milhѕes. Essencialmente farejador, o nariz do cуo tem um grande nњmero de fendas permanentes, diferentes de animal para animal, como as impressѕes digitais. Por essa razуo, ele pode ser usado para a identificaчуo individual. Os cуes possuem trinta vezes mais sensores olfativos que um ser humano. Tal capacidade apurada permite a um cуo adestrado/policial, por exemplo, localizar drogas, minas terrestres e pessoas sob escombros. Щ devido a suas dobras convolutas que qualquer cheiro, por mais sutil que seja, pode ser capturado.
Audiчуo: como o olfato, щ outro sentido bastante desenvolvido no canino, que, diferente do ser humano, ouve sons de alta frequъncia e baixo volume. Por meio de suas orelhas direcionсveis, caracterэstica esta comum aos mamэferos, sуo capazes de localizar com precisуo a direчуo e a origem do som em seis centщsimos de segundo. Sуo ainda capazes de ouvir a uma distтncia quatro vezes superior a do ser humano. Tais caracterэsticas concedem-lhe њteis habilidades, como a capacidade de discernir com facilidade as palavras pronunciadas por seu dono, ainda que o tom da voz e os gestos nуo sejam desconsiderados.


Nos cуes, a audiчуo, para alщm de aguчada, щ capaz tambщm de discernir tons e as palavras pronunciadas.
Visуo: este sentido difere dos humanos sob muitos aspectos. A visуo noturna dos cуes щ muito mais apurada que a dos humanos. Seu тngulo de visуo tambщm щ mais amplo, devido a posiчуo de seus olhos, localizados ao lado da cabeчa. Sua visуo щ bicromсtica (ao contrсrio dos humanos, que щ tricromсtica), isto щ, distinguem bem apenas o amarelo e o azul, alщm do branco (somatѓria das cores) e do preto (ausъncia delas). As cores vermelho, verde, rosa e laranja nуo sуo distinguidas pelos cуes, que as vъem em branco ou preto.[61] Os cуes sуo mais sensэveis a luz e ao movimento, captando, com maior facilidade, algo movendo-se no escuro. Contudo, possuem menor capacidade de foco e de diferenciar as cores. Em igual, enxergam em trъs dimensѕes. A visуo щ ainda responsсvel por transmitir certas marcas comportamentais desses animais. Enquanto fitar diretamente com os olhos significa relaчуo de entendimento e seguranчa, nunca fitar significa o oposto; deslocar o olhar demonstra, alщm de inseguranчa, o medo, ao passo que o olhar fixo mostra uma possэvel vontade de atacar.
Tato: sentido considerado pouco desenvolvido, o tato щ fundamental na relaчуo afetiva com outros animais. Junto ao olfato, щ o primeiro sentido a funcionar em um cachorro na percepчуo extrassensorial. Nos cуes, as sensaчѕes tщrmicas, tсteis e de dor, sуo percebidas pelas terminaчѕes nervosas que, densas, formam uma rede ligada р medula espinhal e ao cщrebro. Ao tato estс ligada a sensibilidade do animal, que sente mais o frio que o calor, respondendo com aceleraчуo da respiraчуo e a evaporaчуo da сgua atravщs da lэngua. As partes responsсveis por este sentido formam uma rede nervosa concentrada na base dos pelos, que nem sempre apresentam a mesma sensibilidade. As vibrissas, pelos longos do focinho, dos supercэlios e do queixo, sуo particularmente providas de terminaчѕes nervosas.
Paladar: sentido pouco desenvolvido. Em relaчуo com o homem, possui quase nove vezes a menos o nњmero de papilas gustativas. Por isso, o sabor que os cуes sentem estс diretamente ligado ao odor. Щ tambщm por esta razуo que podem consumir diariamente o mesmo alimento.
[editar]Reproduчуo e esterilizaчуo


Filhote recщm-nascido. Com as orelhas e os olhos ainda fechados, seus sentidos primeiros sуo o olfato e o tato.
Щ de muito tempo que a reproduчуo canina divide-se em assistida e natural. A primeira refere-se ao fato de o macho observar sua cadela seja em um cruzamento natural, seja em um manipulado - de fins financeiros, como uma cria de pedigree para venda ou competiчѕes, ou ainda, para seleчуo artificial de uma raчa ou criaчуo de uma nova, geralmente realizados atravщs de inseminaчѕes artificiais ou cruzamentos controlados. Em relaчуo aos animais, as fъmeas, assim como as mulheres, nascem com um determinado nњmero de ѓvulos, enquanto os machos atingem a idade sъnior de doze anos ainda fщrteis.[62]
Em um cruzamento natural, assistido ou nуo, o processo щ iniciado na fase do cio da cadela, que dura em uma mщdia de quinze a vinte dias, cujo сpice da fertilidade щ atingido entre o 8.К e o 11.К dias.[62] A cѓpula entуo comeчa com uma fase de farejamento. A ereчуo do macho щ possibilitada pela rigidez do osso peniano e pelo fluxo de sangue do tecido erщtil. Com um monte bem sucedido, desencadeia-se entуo as contraчѕes vaginais na fъmea que favorecem a ascensуo dos espermatozѓides, a manutenчуo da ereчуo e o "aprisionamento" do macho durante a ejaculaчуo na fase prostсtica. Esta fase dura um mэnimo de cinco minutos, embora possa atingir trinta.[63] Jс a inseminaчуo artificial, sempre assistida, щ feita de trъs diferentes formas: com sъmen fresco, refrigerado ou congelado. Contudo, todas se caracterizam como tщcnicas de reproduчуo impossэveis de ocorrerem sem a intervenчуo do ser humano, que vуo, desde o recolhimento do material do macho a sua introduчуo na fъmea.[64]


A cadela amamenta seus filhotes por um mэnimo de 45 dias.
Faz parte da reproduчуo tambщm a gestaчуo, que dura em mщdia sessenta dias e gera um nњmero variado de filhotes, dependendo do tamanho e do sistema reprodutor da fъmea,[65] bem como os cuidados com os cachorros. A alimentaчуo de uma cadela durante a gestaчуo щ fundamental para o nascimento de uma cria saudсvel. Os cuidados alimentares devem ter inэcio antes mesmo do acasalamento e prosseguirem atщ o desmame dos filhotes, jс que ela щ bastante exigida tambщm nesta etapa. A fъmea nуo deve estar gorda quando cruzar e nуo pode receber gorduras na alimentaчуo, mas ao contrсrio, tem bastante necessidade de proteэnas, cсlcio e sais minerais.[66] Por fim, faz-se ainda necessсria atenчуo aos filhotes. Nesta fase, a cadela щ protetora e os amamenta por cerca de 45 dias. Aos poucos, os cachorros, que desenvolvem primeiramente o olfato e o tato junto р mуe, abrem os olhos e as orelhas, que lhes conferem dois sentidos bastante aguчados.[67][68]
Na outra ponta da reproduчуo estс a esterilizaчуo, chamada tambщm de castraчуo, comum em animais domщsticos e uma necessidade para o controle de animais nas cidades, geralmente abandonados nas ruas. A esterilizaчуo em si consiste na remoчуo cirњrgica completa dos ѓrgуos com funчѕes restritivamente reprodutoras. Nas fъmeas, retira-se o њtero e os ovсrios, o que elimina os cios. Nos machos, retiram-se os testэculos, deixando-se a bolsa escrotal vazia. O processo щ classificado como indolor, devido a anestesia, incєmodo, apѓs o procedimento, e seguro, devido a eficсcia dos resultados para o animal e para a sociedade.[69]
[editar]Envelhecimento


A aparъncia de um cуo idoso mostra parte do focinho esbranquiчado e os olhos mais caэdos.
O envelhecimento canino щ um processo natural ainda nуo totalmente entendido, embora sabido que ocorra de modo variado, dependendo das raчas e de seu porte. Enquanto um cуo de mщdio porte vive em torno de doze anos, um gigante tem expectativa de vida mais curta. Antes, acreditava-se que estes animais envelheciam sete anos para cada ano de vida de um ser humano. No entanto, essa teoria foi revista, e mais recentemente, tenta-se comparar o estсgio de desenvolvimento inicial da vida do cуo com aquele dos seres humanos. De acordo com alguns resultados obtidos, raчas pequenas alcanчam seus tamanhos finais entre os oito e os doze meses; raчas de porte mщdio entre doze e dezesseis meses; de porte grande entre dezesseis e dezoito meses; e as gigantes, por volta dos dois anos. Com isso, foi possэvel traчar um paralelo que resultou em variaчуo de porte para porte. As raчas pequenas e mщdias tъm os cinco primeiros anos de vida para o primeiro ano humano. Deste ponto em diante, sуo quatro para cada ano vivido por um ser humano. Jс as raчas grandes e gigantes, de maturidade mais lenta, envelhecem sete e doze, respectivamente, em seu primeiro ano de vida, com cinco e sete anos a partir do segundo ano de vida, para cada tamanho.[70] Com base nessas afirmaчѕes, pode-se dizer que um chihuahua nascido no mesmo dia e ano que um homem, tenha, cinco anos mais tarde, 21.
Cуes de idade avanчada estуo mais sujeitos a doenчas, dores e alteraчѕes comportamentais. Por isso, щ importante dar atenчуo рs mudanчas da idade de um cуo domщstico, pois isso permite suprir novas necessidades e proporciona melhores condiчѕes de vida. Entre os principais males que podem acometer os idosos caninos estуo a artrite, o mal de Alzheimer e a depressуo. Esses problemas e outros, como a queda de dentes, decorrentes da idade, sуo diagnosticсveis desde o inэcio pela observaчуo das mudanчas comportamentais e pela realizaчуo de constante acompanhamento veterinсrio. Problemas de visуo e audiчуo, quietude e esbranquiчamento e queda do pelo sуo fatores considerados normais, causados pelo avanчo da idade.[71]
[editar]Comunicaчуo


Щ durante as brincadeiras com os irmуos ou outros cachorros que os filhotes aprendem boa parte dos significados de seus meios de comunicaчуo.
A forma de comunicaчуo mais conhecida dos cуes щ o latido, apesar de chorarem, rosnarem, uivarem, cheirarem e utilizarem de sua linguagem corporal para se fazerem entender tanto para os caninos quanto para os seres humanos.[72]
A relaчуo entre os cуes ocorre, na grande maioria das vezes, de modo bem diferente da dos homens. Por conta disso, muitas vezes suas atitudes nуo sуo compreendidas, como porque se cheiram tanto, latem sem motivos, estуo brincando e de repente comeчam a brigar. Os cуes tambщm sentem medo, ansiedade, interesse, alegria e outras emoчѕes. E, por serem animais gregсrios, dedicam parte do tempo em conhecer seu status dentro da relaчуo. No aprendizado, cуes precisam do contato com outros cуes para aprenderem sua linguagem. Durante as primeiras sete ou oito semanas, os cachorros aprendem toda a base da comunicaчуo com a mуe. Se eles a machucam, ela grunhe e os afasta, e na щpoca do desmame, mostra-se aborrecida com o ataque рs mamas, por exemplo. A partir daэ, o contato com os irmуos tambщm щ importante. Nas brincadeiras com outros filhotes, o cachorro aprenderс como demonstrar a dor e a brigar pela comida. De todas as formas de comunicaчуo, a mais importante da vida do cуo, entre os cуes, щ a corporal. Atravщs da leitura da posiчуo das orelhas, da cauda, dos olhos e do corpo em geral, os cуes poderуo identificar o estado de outro animal, como a aceitaчуo das brincadeiras ou da dominтncia. O odor, tambщm de animal para animal, щ importante na comunicaчуo para a identificaчуo њnica de cada indivэduo. Щ atravщs do cheiro que ainda identificam quando uma cadela estс no cio ou a mensagem da urina em determinado local demarcado.[73][74]
Pelo ser humano comunicar-se verbalmente, acredita que esta seja a principal forma de comunicaчуo canina. O latido, em geral, significa um pedido de atenчуo quando carentes, entediados, excitados ou sozinhos, e um alerta de perigo. Entre homem e animal, alщm do latido, outra forma de comunicaчуo щ o choro. Chorando, os cachorros percebem desde cedo que tanto a mуe quanto os donos lhe atendem e passam a usar disso como meio de obter atenчуo. Alщm disso, o choramingo demonstra susto com barulhos altos, como trovѕes. O rosnado por sua vez, щ o som mais simples de se entender, tanto para os caninos, quanto para os humanos, pois significa ataque caso nуo haja o recuo do outro diante da posse, demarcaчуo ou proteчуo. Por ser um sinal de agressividade, nуo costuma ser ignorado. Por fim, o uivo щ um som familiar e њnico, que demonstra tambщm excitaчуo, o alerta, a solidуo e o desejo. Щ usado quando caчam e encurralam suas presas ou sѓ para ver se alguщm aparece. Em um paralelo, o uivo щ tуo contagiante quanto o bocejo humano: quando um comeчa e outro ouve, o faz.[72] No relacionamento homem e animal, seus meios de comunicaчуo causam problemas que geram determinadas soluчѕes apenas para o ser humano. Entre as mais eficientes e definitivas estуo o uso de coleiras anti-latidos, que associam o ato de latir com algo negativo, como jatos de citronela no focinho, e as operaчѕes que retiram as cordas vocais.[75]
[editar]Locomoчуo


A locomoчуo canina щ idъntica a dos demais mamэferos: depende das estruturas ѓssea e muscular.
Assim como em todos os mamэferos, as funчѕes de sustentaчуo, proteчуo e locomoчуo sуo executadas pelos esqueletos ѓsseo e muscular. Igualmente aos seres humanos, os cуes possuem estrutura bсsica, cujos nэveis encontram-se nas alturas escapular e pщlvica, uma para os membros superiores e outra para os membros inferiores. A diferenчa encontra-se no fato das duas alturas servirem para a locomoчуo canina, ao passo que sѓ a inferior щ utilizada na locomoчуo humana. Para andar, os caninos dependem dos graus articulares, mas principalmente do sistema neuro-muscular, que exerce as suas funчѕes de contraчуo e relaxamento, graчas a ligaчуo ao sistema nervoso e as superfэcies articulares do esqueleto ѓsseo.[76] Suas patas, fundamentais na locomoчуo, tъm nos coxins a њnica parte da pele com glтndulas sudorэparas, o que ajuda a mante-las flexэveis. Sуo ainda pouco sensэveis ao frio e ao calor, o que lhes ajuda quando em situaчѕes mais rigorosas,[46] bem como possuem entre quatro e cinco dedos, o que proporciona sensibilidade, adaptaчуo e aderъncia muito boas. Em comparaчуo ao cavalo, outro forte animal domesticado, o cуo щ ainda um melhor saltador, devido a sua musculatura, e possui uma coluna mais flexэvel.[77]
Nos caninos, apesar da locomoчуo ser algo comum a todas as raчas, existem peculiaridades que acompanham o tamanho e o peso do animal. Cуes como o sуo-bernardo sуo muito mais pesados que aqueles de ossos leves, como o afghan hound, e por isso, na relaчуo com o ser humano, hс de se ter cuidado quanto as prсticas e trabalhos pretendidos para eles, jс que muitas destas raчas possuem limitaчѕes devido a seleчуo artificial, como o buldogue, de pernas curvadas e o dachshund, de patas curtas.[77][78]
O tipo de andar que o cуo executa щ a chamada andadura, aquela passada completa, quando o membro volta a assumir a mesma posiчуo do inэcio, no momento em que toca o solo novamente, pronto para a repetiчуo. De acordo com visualizaчѕes e definiчѕes, o andar do cуo щ variado e pode ser chamado de trote, cuja passada se completa com dois tempos, ou seja, duas patas tocando o chуo ao mesmo tempo; trote em diagonal, quando forem de lados opostos; passo de camelo, quando dois membros, que tocam o solo simultaneamente, forem do mesmo lado; e galope de corrida e lento, que significam os membros posteriores e os anteriores movimentando-se quase ao mesmo tempo. Todos estes tipos de andadura sуo muito parecidos, mas cada um reflete a postura do animal e possui um ritmo determinado pela cadъncia dos tempos. Independente disso, sуo mais fсceis de serem vistos em competiчѕes de raчa.[79]
[editar]Grupos de raчas

Ver artigo principal: Raчas caninas


Bloco comemorativo ucraniano em homenagem aos cуes. Na imagem estуo presentes seis diferentes raчas de seis diferentes grupos caninos.
De acordo com a Federaчуo de Cinofilia Internacional, em francъs: Fщdщration Cynologique Internationale, regida pela Federaчуo Cinolѓgica Internacional, existem onze grupos de raчas oficiais, porщm variados de paэs para paэs, jс que cada organizaчуo internacional admite diferentes grupos para a classificaчуo do conjunto de raчas que reconhece. A oficial, por sua vez, considera "os cуes que realizam o mesmo tipo de trabalho ou que tenham a mesma semelhanчa fэsica, a fim de que os cinѓfilos possam ter mecanismos facilitados para julgamento da estrutura e dinтmica dos exemplares de cуes apresentados em exposiчѕes de beleza e fundamentalmente, organizar aquelas raчas que, com particularidades e utilidades similares, sejam facilmente identificadas pela sua funчуo":[80][81][82]
Grupo 01: cуes pastores e boieiros (exceto boieiros suэчos)
Grupo 02: tipo pinscher e schnauzer, molossѓides e boieiros suэчos
Grupo 03: terriers
Grupo 04: dachshunds
Grupo 05: spitz e do tipo primitivo
Grupo 06: sabujos farejadores e raчas semelhantes
Grupo 07: cуes apontadores e de parar
Grupo 08: cуes d'сgua, levantadores e retrievers
Grupo 09: cуes de companhia
Grupo 10: lebrщus ou galgos
Grupo 11: raчas nуo reconhecidas pela FCI, como american pit bull terrier, dogue brasileiro, ovelheiro gaњcho e o bulldog americano.
Dentro destes grupos estуo mais de quatrocentas raчas ao redor do globo, que, por suas funчѕes, dividem-se em um nњmero variado de categorias, como de guarda, de tiro e caчa, de utilidade, de luxo e de companhia. Entre as raчas mais populares do mundo, eleitas no ano de 2009, estуo o labrador retriever, considerado amigсvel e boa companhia para as crianчas; o golden retriever, dito simpсtico, gentil e brincalhуo; o yorkshire terrier, classificado como ativo e protetor apesar de seu diminuto tamanho; o pastor alemуo, que figura como uma das raчas mais inteligentes e leais; o beagle, visto como grande farejador; o dachshund, de corpo exѓtico; o boxer, ativo e leal; o poodle, ativo e companheiro; o shih tzu, dito excelente companheiro; e o schnauzer miniatura, visto como esperto e amсvel.[83]
Hс ainda o vira-lata (Brasil), ou rafeiro (Portugal), denominaчѕes dadas aos cуes ou gatos sem raчa definida (SRD), como sуo geralmente referenciados em textos veterinсrios. Em geral sуo considerados sem raчa definida os mestiчos, descendentes da mescla natural e desordenada de diferentes raчas

Originally Posted by luigy69

Aliсs, tentei entrar no The Dream 3...
Vocъs acham que eu consigo que pelo menos um replay seja aceito?

Originally Posted by narokx

sobre o spoiler do luigy,nao vou nem dizer nada,jaja vejo posts assim:

Originally Posted by luigy69

Que que tem de levar o psp escondido na aula?

Eu jс levei um notebook uma vez :|

Originally Posted by narokx

Levar um psp e mais perigoso do que um notbook,pois ele vai deixar os amiguinho dele jogar dai a professora vai ver,ai ele sefode .
Boa tarde a todos =]

Originally Posted by lucasmpel

Tips n' Tricks with Mpel

Levar celular? Щ melhor dormir nas aulas chatas, assim, sua produtividade aumenta no resto no dia e vocъ pode ir dormir mais tarde sem o risco de acordar com uma cara de bosta.

Aщ, boa noite. fr/

Seu bando de sem cultura.